Casos de malária em Roraima apresentou redução de 23% dos casos de malária nos primeiros três meses de 2024. Os dados do Núcleo de Controle da Malária apontam para 7.687 casos da doença no período em 2024, enquanto que no ano passado foram 10.026 casos.
“Essa redução é maior na Terra Yanomami e em áreas de garimpo, onde no ano passado nós tínhamos percentual de 30% e hoje, a redução de casos é de quase 80%”, destacou o gerente do NCM da Sesau (Secretaria de Saúde), Gerson Castro.
Conhecida por ser uma doença infecciosa febril aguda, a malária é transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles darlingi, infectada por uma ou mais espécies de protozoário do gênero Plasmodium.
Em 2023, segundo o Núcleo, o Estado contabilizou 34.555 casos da doença, quantitativo superior aos 26.312 casos registrados em 2022. O aumento foi provocado principalmente pela atividade de garimpagem ilegal na Terra Indígena Yanomami.
“Entre os indígenas yanomami, tínhamos no primeiro trimestre de 2023 aproximadamente 101% casos, já no primeiro trimestre de 2024 o índice reduziu para 21%, um ponto positivo para o trabalho desenvolvido pelas equipes do Dsei [Distrito Sanitário Especial Indígena] Yanomami”, frisou Castro.
COMO SE DEU A REDUÇÃO – Para chegar aos resultados no primeiro trimestre deste ano, o Governo de Roraima, por meio da Sesau, tem intensificado ações de articulação com os municípios e Distritos Especiais Sanitários Indígenas do Estado, investindo na aquisição de insumos para garantir o controle da doença.
“Os insumos para o tratamento, teste rápido, mosquiteiros impregnados, inseticidas, tudo nós temos colocado à disposição dos municípios”, completou. Além disso, o Estado tem promovido capacitações que contam com o apoio incondicional do Ministério da Saúde, reforçando o compromisso com o bem-estar da população.
“Recentemente, promovemos um treinamento com a finalidade da inserção do uso da a tafenoquina, uma nova droga liberada pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para a área Yanomami, pelo fato da emergência no local. Essa medicação vai reduzir de sete para um dia o tempo de tratamento para a malária do Plasmodium vivax [que hoje é feito por meio do uso de comprimidos de primaquina e cloroquina], sendo mais uma evolução para o cuidado do paciente indígena Yanomami”, pontuou.
CUIDADO QUE FAZ A DIFERENÇA – É importante ressaltar ainda que ao sentir sintomas como calafrios, febre alta por mais de três dias, dores de cabeça e musculares, aumento dos batimentos cardíacos, aumento do baço e delírios, o paciente deve procurar a ajuda de um profissional, podendo esse atendimento ser feito em qualquer unidade de Unidade Básica de Saúde. O uso de repelentes, roupas que protejam o corpo e mosquiteiros impregnados e ações de prevenção coletiva para a eliminação de criadouros do vetor também são essenciais para evitar a proliferação da doença.
SECOM RORAIMA
JORNALISTA: Suyanne Sá
FOTOGRAFIA: Ascom/Sesau