Para Cecília Lorenzon, o evento fortalece a importância de ter o conhecimento e o autoconhecimento sobre os diagnósticos.
A secretária de Saúde de Roraima, Cecília Lorenzon está representando o Estado e o Conass (Conselho Nacional dos Secretário de Saúde) no Seminário “Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas [DTNs] 2024”, que encerra nesta quarta-feira, 31, na sede da Organização Pan Americana de Saúde, em Brasília.
Durante dois dias, a programação do evento inclui painéis sobre estratégias globais e desafios para eliminação das DTNs, cenário atual do Brasil, ações da saúde na Amazônia Legal, trabalho interministerial para eliminação de doenças determinadas socialmente, impacto das mudanças climáticas no processo de eliminação das DTNs, desafios para efetivar o princípio da equidade no Sistema Único de Saúde, além de momentos de relatos de experiências de representantes da sociedade civil.
Para Cecília Lorenzon, o evento fortalece a importância de ter o conhecimento e o autoconhecimento sobre os diagnósticos. “A gente sabe que Roraima é um estado extremamente propício a algumas doenças endêmicas e como representante estadual focamos naquilo que o estado notifica mais. E como estamos no mês de janeiro, que é o mês das doenças negligenciadas, então nós estamos reforçando o tema. E esse seminário é justamente para que a gente leve esse conhecimento, para que elas deixem de ser negligenciadas e seja dada atenção total no combate a essas doenças”, reforçou.
A DISCUSSÃO
A data estabelecida em 2021 pela Organização Mundial da Saúde, aumenta a visibilidade sobre 25 condições de saúde que afetam especialmente pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade, onde a segurança da água, o saneamento e o acesso aos cuidados de saúde são inadequados.
Segundo estimativas da OMS, mais de 1,7 bilhão de pessoas que moram em comunidades mais pobres e marginalizadas do mundo podem estar sob risco das Doenças Tropicais Negligenciadas, com a ocorrência de 200 mil mortes por ano. No Brasil, a estimativa do Ministério da Saúde é de cerca de 30 milhões de pessoas sob risco.
As DTNs mais comuns no país são: doença de Chagas, esquistossomose, filariose linfática, hanseníase, leishmaniose visceral, leishmaniose tegumentar, oncocercose, raiva humana, tracoma e acidente ofídico.
Causadas por uma variedade de patógenos, incluindo vírus, bactérias, parasitas, fungos e toxinas, esses agravos cegam, incapacitam e desfiguram as pessoas, tirando não somente sua saúde, mas também suas chances de permanecer na escola, de ganhar a vida ou mesmo de ser aceito pela família ou comunidade.
São classificadas como enfermidades “negligenciadas” por estarem quase ausentes da agenda global de saúde, receberem pouco financiamento e serem associadas ao estigma e à exclusão social.
INSTITUÍDO O COMITÊ TÉCNICO INTERINSTITUCIONAL – Durante o seminário na OPAS, foi criado um Comitê Técnico Interinstitucional de Uma Só Saúde: colegiado composto por 20 instituições para elaborar e apoiar a implementação do Plano de Ação Nacional de Uma Só Saúde.
O objetivo é promover o trabalho integrado e cooperativo entre instituições para a prevenção e controle das ameaças à saúde na interface humana-animal-vegetal-ambiental. Muitas das ações que estarão previstas nesse Plano contribuirão para prevenção e avanço na eliminação de várias DTNs.
SECOM RORAIMA
JORNALISTA: Leandro Freitas
FOTOGRAFIA: Ascom/Sesau